Nunca me sonharam
03/04/2019 07:49
Nunca me sonharam
Há poucos dias vivi, pela segunda vez, a experiência de estar diante do coletivo que protagoniza o debate sobre educação e escola no filme documentário Nunca me sonharam.
A maior parte daqueles quase 80 jovens – me perdi tentando contar a lista de nomes nos créditos finais – frequentam escolas diferentes, vivem em cidades distantes umas das outras, espalhadas por sete estados brasileiros; porém agora se reúnem na forma de um coletivo virtual, em sessões de cinema, para ocupar a tela grande quando as luzes se apagam e dialogar com o público da sala escura sobre como pensar uma educação que faça sentido para os jovens e as juventudes brasileiras.
Eles têm pressa, vontade, são inteligentes, rápidos, articulados e não têm papas na língua para dar seu recado: está quase tudo errado na escola que restou para eles.
Como é sabido, por algum tipo de lógica perversa que se estabeleceu no sistema educacional brasileiro, o esforço para oferecer acesso à escola não foi acompanhado de garantias de qualidade na educação. A qualidade da educação não acompanhou a expansão do número de vagas nos sistemas educacionais. Nem os governos de exceção da ditadura civil militar pós-64, nem os governos que se seguiram à redemocratização, foram capazes de corrigir esse desvio. O resultado, fica cada vez mais evidente pelas pesquisas atuais, é um sistema educacional que reproduz as desigualdades sociais, com raras exceções, oferecendo a escola mais ruim aos mais pobres. É o que confirma o estudo As desigualdades na educação no Brasil: o que apontam os diretores das escolas, divulgado recentemente pela Fundação Lemann.
Isso vale para o ensino público e também para o ensino privado, apesar da imagem de senso comum que afirma “o público é ruim e o privado é bom”. Também não vale apelar para aquele erro histórico do “antigamente a escola era boa, depois ficou ruim”. “Antigamente” a escola era para poucos, pouquíssimos, por isso também produtora de desigualdade.
No filme Nunca me sonharam, especialistas, educadores e principalmente os jovens, aprofundam uma reflexão sobre a educação que buscam, expondo as tensões que se estabelecem entre uma escola hierarquizada, conteudista e linear que já não consegue estabelecer contato com as novas gerações.
O filme Nunca me sonharam, dirigido por Cacau Rhoden e produzido pela Maria Farinha Filmes, é uma iniciativa do Instituto Unibanco. Esta disponível gratuitamente através da plataforma Videocamp, que pode ser utilizada para promover uma exibição do filme na sua escola, ou onde for mais adequado. O importante é não deixar de conversar com os jovens sobre a educação que está sendo ofertada a eles.
SAIBA MAIS:
Filme: Nunca me sonharam
Direção: Cacau Rhoden
Produção: Maria Farinha Filmes
Apresentado por: Instituto Unibanco
Sinopse: Os desafios do presente, as expectativas para o futuro e os sonhos de quem vive a realidade do Ensino Médio nas escolas públicas do Brasil. Na voz de estudantes, gestores, professores e especialistas, ‘Nunca me sonharam’ reflete sobre o valor da educação.
Onde acessar: Plataforma Videocamp
Há poucos dias vivi, pela segunda vez, a experiência de estar diante do coletivo que protagoniza o debate sobre educação e escola no filme documentário Nunca me sonharam.
A maior parte daqueles quase 80 jovens – me perdi tentando contar a lista de nomes nos créditos finais – frequentam escolas diferentes, vivem em cidades distantes umas das outras, espalhadas por sete estados brasileiros; porém agora se reúnem na forma de um coletivo virtual, em sessões de cinema, para ocupar a tela grande quando as luzes se apagam e dialogar com o público da sala escura sobre como pensar uma educação que faça sentido para os jovens e as juventudes brasileiras.
Eles têm pressa, vontade, são inteligentes, rápidos, articulados e não têm papas na língua para dar seu recado: está quase tudo errado na escola que restou para eles.
Como é sabido, por algum tipo de lógica perversa que se estabeleceu no sistema educacional brasileiro, o esforço para oferecer acesso à escola não foi acompanhado de garantias de qualidade na educação. A qualidade da educação não acompanhou a expansão do número de vagas nos sistemas educacionais. Nem os governos de exceção da ditadura civil militar pós-64, nem os governos que se seguiram à redemocratização, foram capazes de corrigir esse desvio. O resultado, fica cada vez mais evidente pelas pesquisas atuais, é um sistema educacional que reproduz as desigualdades sociais, com raras exceções, oferecendo a escola mais ruim aos mais pobres. É o que confirma o estudo As desigualdades na educação no Brasil: o que apontam os diretores das escolas, divulgado recentemente pela Fundação Lemann.
Isso vale para o ensino público e também para o ensino privado, apesar da imagem de senso comum que afirma “o público é ruim e o privado é bom”. Também não vale apelar para aquele erro histórico do “antigamente a escola era boa, depois ficou ruim”. “Antigamente” a escola era para poucos, pouquíssimos, por isso também produtora de desigualdade.
No filme Nunca me sonharam, especialistas, educadores e principalmente os jovens, aprofundam uma reflexão sobre a educação que buscam, expondo as tensões que se estabelecem entre uma escola hierarquizada, conteudista e linear que já não consegue estabelecer contato com as novas gerações.
O filme Nunca me sonharam, dirigido por Cacau Rhoden e produzido pela Maria Farinha Filmes, é uma iniciativa do Instituto Unibanco. Esta disponível gratuitamente através da plataforma Videocamp, que pode ser utilizada para promover uma exibição do filme na sua escola, ou onde for mais adequado. O importante é não deixar de conversar com os jovens sobre a educação que está sendo ofertada a eles.
SAIBA MAIS:
Filme: Nunca me sonharam
Direção: Cacau Rhoden
Produção: Maria Farinha Filmes
Apresentado por: Instituto Unibanco
Sinopse: Os desafios do presente, as expectativas para o futuro e os sonhos de quem vive a realidade do Ensino Médio nas escolas públicas do Brasil. Na voz de estudantes, gestores, professores e especialistas, ‘Nunca me sonharam’ reflete sobre o valor da educação.
Onde acessar: Plataforma Videocamp
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